Sony comenta compra da Activision pela Microsoft, e espera jogos no PlayStationEUA vão reavaliar fusões e podem afetar compra da Activision pela Microsoft
Kotick é uma figura central nos problemas da Activision Blizzard. Segundo investigações do Wall Street Journal (WSJ), o atual CEO da empresa sabia dos relatos de assédio, mas acobertava os funcionários citados nas denúncias, em especial pessoas em cargos de liderança e executivos de alto escalão. Essas informações sobre Kotick foram divulgadas em novembro do ano passado, mesma época em que começaram as conversas sobre a fusão entre Activision Blizzard e Microsoft, de acordo com reportagens do WSJ e da Bloomberg. Os jornais ainda sugerem que a negociação foi concluída rapidamente, em menos de dois meses.
Phil Spencer teria sugerido fusão em papo com Kotick
É aí que surge a grande dúvida: como a Microsoft comprou uma das maiores publicadoras do mundo por US$ 69 bilhões tão depressa? Uma fonte próxima às duas empresas contou à Bloomberg que, inicialmente, o CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, havia procurado Kotick para oferecer suporte e resolver “questões sobre o tratamento das mulheres na Activision”. Contudo, na conversa entre os executivos, Spencer teria falado que “se Kotick e o conselho estivessem dispostos a vender a empresa, a Microsoft estaria bem posicionada para fazer uma oferta”. Nessa época, entre 1º de novembro e 1º de dezembro as ações da Activision Blizzard estavam em queda vertiginosa, chegando a cair quase 27%. O preço reduzido das ações da Activision Blizzard unido à imagem negativa de Kotick no mercado teria influenciado a decisão da Microsoft. Após receber a oferta de Spencer, Kotick ainda teria procurado outros possíveis compradores, como a Meta — dona do Facebook. Contudo, nem a Meta, nem nenhuma outra big tech fora a Microsoft havia se interessado pelo negócio.
Kotick pode sair com US$ 700 milhões após fusão
Outro fator importante que pode ter facilitado a venda é o dinheiro que Kotick deve receber, caso deixe o cargo de CEO. Já está confirmado que, quando o acordo for concluído, em junho de 2023, todos os funcionários da Activision Blizzard irão passar a responder a Phil Spencer. Portanto, não há necessidade de ter outro presidente no comando, principalmente um envolvido em escândalos de assédio. Segundo o WSJ, Kotick aceitou vender a Activision Blizzard após a Microsoft oferecer uma “saída graciosa” a ele. Em outras palavras, o atual CEO viu que iria ganhar não só uma multa rescisória de US$ 292 milhões, como também receberia um prêmio de US$ 400 milhões, referente à quantia de US$ 69 bilhões paga por Spencer no acordo. Ou seja, Kotick pode sair com US$ 700 milhões no bolso em 2023, dependendo de como a fusão entre as empresas for afetar o contrato do CEO. Apesar de todas as informações, representantes da Activision Blizzard afirmaram ao WSJ que “o acordo não tem nada a ver com a controvérsia em torno da Activision ou de pedidos de renúncias”. Com informações: Ars Technica.