Fim da novela? Elon Musk já publica vídeo como chefe na sede do TwitterElon Musk e compra do Twitter entram na mira da Segurança Nacional dos EUA
Desde alterações na homepage até a eliminação de equipes inteiras, o novo (e único) presidente da plataforma já começou a “arrumar a casa” e tem utilizado sua conta pessoal como canal para divulgar suas ideias e saber opiniões dos usuários. Confira os principais acontecimentos da última semana no Twitter, a seguir;
Sob nova direção: o que já mudou no Twitter?
Twitter Blue mais caro e venda do selo de verificação
Na última terça-feira (1), o bilionário anunciou que o valor do Twitter Blue, serviço de assinatura da plataforma, aumentará de US$ 5 para US$ 8 mensais, cerca de R$ 40. Segundo Musk, o serviço receberá novos recursos exclusivos, como: menos anúncios, capacidade de postar vídeos mais longos e prioridade de ranqueamento em respostas, menções e buscas. No entanto, a principal mudança é referente ao selo de verificação, que poderá ser adquirido por qualquer assinante do Twitter Blue. Em um tweet, o magnata afirma que “O sistema de lordes e camponeses do Twitter de quem tem ou não tem o selo azul de verificação é besteira”. Segundo ele, a medida vai desmotivar o uso de bots e robôs, visto que se um perfil Blue se envolver com spam/scam, sua conta será suspensa.
A novidade não teve uma boa repercussão entre usuários, principalmente os que possuem o selo, visto que o recurso de pagar pela verificação dificulta que pessoas comuns identifiquem se uma conta é verdadeira ou não. Em uma onda de piadas, diversos usuários verificados mudaram suas fotos e nomes imitando o perfil de Elon. Em resposta, o bilionário suspendeu algumas contas e publicou um tweet dizendo que qualquer pessoa que falsificar a identidade de outra, sem especificar claramente que se trata de uma “paródia”, será suspensa permanentemente. Ele ainda completou dizendo que alterações de nomes de perfil causarão a perda temporária do selo de verificação.
Textos longos e ferramenta de busca melhorada
No último sábado (5), o novo presidente do Twitter afirmou que vai desenvolver um recurso para incluir textos longos na plataforma, além de melhorar a ferramenta de buscas no site. Segundo ele, as novidades serão acompanhadas de oportunidades de monetização para o criador. No entanto, ainda não há informações sobre como o novo recurso funcionará.
A volta do Vine
Em uma enquete publicada em seu perfil pessoal, Elon questionou aos usuários se deveria ressuscitar o Vine — plataforma de vídeos curtos, considerada a precursora do TikTok. Das cinco milhões de usuários que responderam, cerca de 70% aprovaram a ideia. O próprio Twitter foi o responsável por aposentar o Vine em 2016.
Mudanças na homepage
A página inicial do Twitter sofreu alterações antes mesmo de a aquisição da plataforma ter completado um dia. Usuários não logados são redirecionados para a página Explorar em que os tweets mais populares do momento são expostos, além da lista dos tópicos em alta. A versão anterior apresentava uma tela para realizar o login ou para criar uma conta de perfil no Twitter.
Monetização para criadores de conteúdo
Segundo Elon Musk, a nova política de cobrança pelo selo de verificação vai permitir que a rede social “recompense” os criadores de conteúdo, mas não deu mais detalhes sobre. O Twitter oferece o Super Follows em que usuários podem oferecer tweets exclusivos por um taxa paga pelos seus seguidores.
Demissões em massa e perda de publicidade
Ainda na sexta-feira (27), assim que o acordo foi firmado, Elon Musk demitiu o conselho administrativo da rede social, tornando-se o único diretor da empresa. Dentre os executivos desligados, estavam: Parag Agrawal, presidente executivo; Vijaya Gadde, chefe do departamento jurídico, políticas e confiabilidade; Ned Segal, chefe financeiro; e Sean Edgett, conselheiro geral. A chefe da divisão de clientes, Sarah Personette, anunciou seu pedido de demissão na última terça-feira (1). Uma semana depois de desfazer a cúpula do Twitter, Elon demitiu cerca de 3.700 funcionários — diminuindo a força de trabalho da plataforma na metade. Parte dos funcionários brasileiros perderam o acesso aos sistemas internos da empresa, enquanto alguns receberam um e-mail dizendo que “os cargos não eram mais necessários”. Funcionários já temiam uma demissão em massa e entregaram uma carta aberta ao bilionário dizendo que seria um movimento imprudente.
Repercussão negativa
Com a saída dos executivos do Twitter, criou-se um sentimento de incerteza entre os anunciantes da plataforma. A empresa norte-americana Interpublic Group of Companies (IPG) recomendou aos seus clientes uma pausa temporária dos investimentos no site. Atualmente, 90% da receita do Twitter é adquirida pelos anúncios. Além disso, a The Global Alliance for Responsible Media (Aliança Global por Responsabilidade Midiática, tradução livre) — associação de plataformas, anunciantes e indústria de mídia no EUA — anunciou que passará a monitorar como o Twitter planeja lidar com a moderação de conteúdo, visto que Elon declarou que deseja afrouxar as regras de conteúdo da rede social em prol do “discurso livre”. Com toda a repercussão negativa, o novo presidente do Twitter utilizou sua conta pessoal (mais uma vez) para fazer uma nota direcionada aos anunciantes da plataforma em que explica seu interesse na compra da rede social: “O Twitter almeja ser a plataforma de anúncios mais respeitada do mundo, que fortalece sua marca e amadurece seu empreendimento”. Em outra publicação, ele voltou a explicar que o novo Twitter terá um conselho de moderação de conteúdo com “ampla gama de opiniões” e nenhuma decisão seria feita antes da criação do conselho. Por fim, Elon parece ter percebido que diminuir a força de trabalho da plataforma pela metade não foi uma boa ideia. Nesta segunda-feira (7), várias oportunidades de emprego na plataforma foram abertas no LinkedIn da empresa, além de que Musk estaria pedindo o retorno de alguns dos funcionários demitidos. Fonte: Estadão