Vendas de iPhone despencam na China devido ao coronavírusFundação Bill e Melinda Gates financia kit que detecta coronavírus
As companhias que produzem celulares, computadores e outros equipamentos do segmento de TI são as mais afetadas. Só para dar um exemplo, em fevereiro, empresas como Flextronics (fabrica dispositivos para a Motorola) e LG anunciaram paralisação de suas linhas de produção no Brasil por alguns dias. O problema é consequência dos esforços para frear o avanço do coronavírus na China. O país vem registrando paralisação total ou parcial de fábricas, transporte público, escritórios e outros serviços. O efeito disso é o atraso ou mesmo o não envio de componentes para indústrias no Brasil e em outros países. De modo geral, a situação não é dramática, mas requer atenção. A Abinee aponta que 6% das fábricas brasileiras pesquisadas já têm paralisação parcial de produção. O número parece inexpressivo, mas outras 14% apontam que devem programar paralisações parciais nos próximos dias. Por conta dessa situação, 21% das empresas reconhecem que não vão atingir a meta de produção esperada para o primeiro trimestre de 2020. Em média, a produção deverá ficar 31% abaixo do projetado.
54% das empresas entrevistadas já estimam que, se o problema do abastecimento se prolongar por mais um mês e meio, haverá risco de atraso na entrega de produtos finais. Essa situação pode ter diversas consequências, como deixar os celulares mais caros no Brasil. Para Humberto Barbato, presidente da Abinee, esse cenário alerta para o problema da dependência da indústria brasileira de componentes provenientes de um único mercado, a China. Para o executivo, o Brasil precisa de reformas para reduzir os custos da produção local de componentes. “O País tem uma oportunidade ímpar de fazer as reformas estruturais, como a tributária, que tornarão a produção nacional competitiva internacionalmente. Do contrário, vamos continuar vulneráveis”, finalizou Barbato.