2017 foi um ano bastante agitado no universo das moedas digitais e, desde então, muita gente tem recorrido a táticas nefastas para faturar alguma coisa com mineração, incluindo inserir ou acionar scritps para esse fim em extensões e páginas web, prática que ficou conhecida como cryptojacking. O maior problema desses scripts é que eles consomem recursos do computador ou dispositivo móvel de modo bastante discreto. Às vezes, o usuário até percebe que o equipamento está gastando mais energia do que o habitual ou que o tráfego de dados aumentou, mas nem imagina que a causa é um processo de mineração de criptomoedas executado em segundo plano sem o seu consentimento. A Mozilla vai atacar esse problema incluindo uma função nativa de bloqueio de scripts de cryptojacking no Firefox. O recurso fará parte da proteção contra rastreamento que o navegador já possui (Tracking Protection). Na interface de configuração, o usuário poderá escolher quais tipos de scripts abusivos deseja bloquear. Scripts de mineração estarão entre eles.
Não é uma ideia nova. O Opera já tem bloqueador nativo de cryptojacking, inclusive na versão móvel. A Mozilla havia sinalizado intenção de disponibilizar uma proteção similar, só não tinha deixado claro para quando. Agora sabemos que o recurso vai ser implementado oficialmente no Firefox 63, a ser lançado até outubro. Por que não uma data mais próxima? Uma das razões, provavelmente, é o fato de o recurso não ser isolado: ele fará parte de uma série de mudanças. Começa pela proteção contra rastreadores. O bloqueio já era possível em abas privativas e, a partir do Firefox 57, passou a estar disponível no modo convencional de navegação. Porém, a funcionalidade não vem ativada por padrão. Está nos planos facilitar a ativação do Tracking Protection ou, ao menos, deixá-lo mais visível. Para tanto, a Mozilla promoverá mudanças na interface que incluem acesso ao recurso a partir do menu principal ou por meio da caixa de informações sobre o site que aparece na ponta esquerda da barra de endereços.
As novidades não terminam aí. A Mozilla também pretende facilitar o acesso à função de apagar cookies e outros dados de navegação, além de fazer o Firefox bloquear fingerprinting: trata-se de um técnica relativamente antiga que combina dados de softwares, plugins e afins para monitorar atividades específicas do usuário. Com isso, é possível exibir anúncios segmentados, por exemplo. Os novos recursos de segurança poderão ser conferidos previamente no Firefox Nightly (versão de testes). Com informações: Bleeping Computer.