Novo Egito: GAS Consultoria cria polo de pirâmides com bitcoin em Cabo FrioPF deflagra nova operação contra pirâmide de bitcoin de Cabo Frio
GAS Consultoria culpa justiça
Conforme revelado por um áudio obtido pela Livecoins, que circula entre grupos da GAS Consultoria Bitcoin, os líderes da empresa estariam tentando reverter a decisão judicial. Além disso, a companhia acusada emitiu um comunicado a investidores nesta manhã de quinta-feira (16), culpando a justiça pela paralisação dos pagamentos aos clientes. Segundo a GAS Consultoria, os R$ 38 bilhões das contas da empresa que foram congelados eram usados para pagar os clientes. Por isso, os pagamentos dos rendimentos de 10% ao mês teriam sido suspensos. “Todos sabem que em quase uma década de funcionamento a G.A.S. Consultoria sempre honrou integral e pontualmente os contratos com os seus clientes e nunca atrasou um pagamento sequer”, disse a companhia em nota. Mesmo com as acusações de ser um grande esquema de pirâmide financeira e sendo investigada por crimes contra o sistema financeiro, organização criminosa e lavagem de dinheiro, a GAS Consultoria defende sua inocência. O ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, apontado como líder do grupo, foi preso preventivamente no dia 25 de agosto, durante a operação Kryptos, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o GAECO/MPF. As investigações apontam que Glaidson e a GAS Consultoria nem sequer investiam as aplicações de seus clientes em bitcoin (BTC), como prometiam. Ao invés disso, os valores seriam direcionados principalmente para contas pessoais.
Após investigações, Cabo Frio é apelidado de “Novo Egito”
As promessas de rendimentos surreais de 10% ao mês chamaram a atenção das autoridades em 2020, mas a GAS Consultoria realmente ganhou visibilidade ao ser investigada por uma reportagem do Fantástico em agosto. Pouco tempo depois, Glaidson foi preso. A empresa reafirma o compromisso de cumprir, como vem cumprindo, há mais de nove anos, a missão de remunerar seus clientes, contribuindo para mudança na vida das pessoas, garantindo a elas a remuneração contratada. Essa é a maior luta. A G.A.S. Consultoria tem certeza de que tudo será esclarecido e que a verdade e a justiça prevalecerão.” Além disso, as investigações revelaram que a empresa, com sede em Cabo Frio, foi a principal responsável pelo município do Rio de Janeiro ser apelidado de “Novo Egito” pela concentração de pirâmides com bitcoin sediadas na região. O Tecnoblog entrevistou o diretor do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Flávio Porto, que confirmou que há ao menos dez outras empresas sendo investigadas na região por crimes financeiros.
Justiça vai vender bitcoin apreendidos
Durante a operação Kryptos, que prendeu Glaidson no final de agosto, a PF também apreendeu 591 bitcoins (equivalente a cerca de R$ 150 milhões), 21 carros de luxo, relógios de alto valor, joias e R$ 15 milhões em dinheiro vivo. Os bitcoins confiscados durante a operação foram enviados para uma conta do Ministério Público Federal em uma corretora brasileira não especificada. A partir dela, a justiça determinou que as criptomoedas serão vendidas imediatamente. Para possibilitar a apreensão das criptomoedas, o MPF, PF e a PGFN firmaram um acordo que resultou no confisco das carteiras de hardware de Glaidson. A partir delas, as moedas digitais foram retiradas. O Ministério Público, assim como a Câmara Criminal do MPF, concordou então em vender os bitcoins. A decisão se baseia principalmente na volatilidade do ativo digital, que pode sofrer grandes variações de um dia para o outro. Na época da apreensão, cada bitcoin confiscado valia cerca de US$ 49 mil, mas, nesta quita-feira, seu preço já caiu para abaixo dos US$ 48 mil. Com informações: Livecoins, Conjur