Linux vira alvo de malware na internet das coisas e infecções crescem 35%Linux kernel 5.16 traz suporte a controles de Switch e pode melhorar jogos
Se a SUSE já tem distribuições Linux para uso corporativo (o foco do CentOS), não faz sentido, na primeira olhada, apostar em um novo projeto do tipo. Mas, analisando o contexto, percebemos que a iniciativa pode fazer sentido, sim.
O fim do CentOS
Lançado oficialmente em 2004, o CentOS (Community Enterprise Linux Operating System) tinha como base códigos oriundos do Red Hat Enterprise Linux (RHEL), razão pela qual mantinha ampla compatibilidade com este. Ao longo dos anos, o projeto se mostrou seguro, robusto, estável e adaptável a numerosas aplicações, principalmente no âmbito da internet. Não por acaso, existe uma enormidade de sites e serviços online hospedados em servidores com CentOS. O alcance do projeto certamente foi decisivo para a Red Hat (hoje, uma empresa da IBM) assumir o CentOS em 2014. Mas, em dezembro de 2020, veio a má notícia: a companhia decidiu descontinuar o CentOS e oferecer duas alternativas: o CentOS Stream ou a migração para uma das soluções pagas da Red Hat. Insistir com o CentOS pode ser arriscado pela falta de suporte. A versão 8 da distribuição — a última, lançada em 2019 — teve seu ciclo de vida útil finalizado em 31 de dezembro de 2021.
Liberty Linux como nova opção
Como o CentOS Stream segue uma dinâmica diferente, outra saída tem sido a busca por projetos derivados, a exemplo do Rocky Linux (criado por Greg Kurtzer, cofundador do CentOS), ou por uma distribuição com características que a tornam uma alternativa viável. É aqui que o Liberty Linux ganha forma. A distribuição ainda não está disponível de modo oficial, mas, em seu anúncio a respeito, a SUSE explica que o projeto oferece ferramentas de gerenciamento que, além do SUSE Linux Enterprise Server e do OpenSUSE, é compatível com ambientes RHEL e CentOS. Na prática, isso significa que a migração do CentOS para o Liberty Linux não deve ser problemática ou exigir uma grande curva de adaptação dos administradores, por exemplo. É de se esperar que, quando lançado oficialmente, o Liberty Linux tenha recursos equivalentes aos do RHEL 8.5, incluindo compatibilidade com pacotes EPEL, mas traga uma versão mais atual do kernel. Além disso, as atualizações subsequentes devem acompanhar o ciclo de lançamentos da Red Hat, não os da SUSE. Uma versão gratuita também é esperada, mas, como estamos falando de uma distribuição para uso em servidores, os clientes provavelmente serão incentivados a contar com um plano de suporte empresarial — pago, é claro. Ainda não há informações sobre a disponibilidade da distribuição, mas organizações interessadas podem solicitar acesso a uma versão demo no site da SUSE. Com informações: The Register.