Mistérios de Marte: 5 perguntas sobre o Planeta Vermelho ainda sem respostasMarte pode ter apresentado atividade vulcânica nos últimos 50 mil anos

O Planeta Vermelho já sinalizou várias vezes que parece estar inativo geologicamente. Sua superfície é relativamente antiga e não aparenta sinais de processos vulcânicos e tectônicos que causaram alterações perceptíveis. Entretanto, observações recentes sugerem que talvez não seja o caso — a sonda InSight, por exemplo, descobriu atividade correspondente a um vulcanismo. Para tentar descobrir o que pode estar acontecendo, Adrien Broquet e Jeffrey Andrews-Hanna coletaram dados topográficos, gravitacionais, geológicos e sísmicos, e procuraram algum modelo que correspondesse ao que foi observado. A análise mostrou que uma pluma no manto pode ser a “culpada”: ela seria formada por material aquecido, empurrado contra a fronteira que divide o manto e o núcleo. Com isso, o magma é forçado a ir para cima, formando áreas quentes na crosta e vulcanismo na superfície. Para corresponder ao que foi observado pela InSight, a pluma teria que ter pelo menos 3.500 km de extensão, chegando à temperatura máxima de 285 ºC. Se existir, a pluma seria bastante parecida com aquelas encontradas na Terra, responsáveis por esculpir a superfície do nosso planeta no passado. Os autores destacam que, embora Marte seja menor que a Terra, a formação de uma pluma igualmente grande é esperada devido à menor gravidade e maior viscosidade do manto marciano. “O centro da pluma que mais se encaixa, com base unicamente nos dados de gravidade e topografia, está localizado precisamente no centro de Cerberus Fossae, onde tanto o vulcanismo recente quanto a maioria dos ‘martemotos’ estão localizados”, disseram. Isso sugere que, talvez, Marte seja o terceiro planeta do Sistema Solar com atividade de plumas no manto — os demais são a Terra e Vênus. “A atividade em andamento das plumas sugere que Marte não é apenas sísmica e vulcanicamente ativo hoje, mas que contém um interior geodinamicamente ativo também”, escreveram. O artigo com o resultado do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy. Fonte: Nature Astronomy