Afinal, o 5G DSS que temos no Brasil é “5G de verdade”?O que é 5G DSS? [Espectro dinâmico]
O Teletime obteve a íntegra da carta do ministro enviada para uma operadora de telefonia móvel. No documento, Faria diz que a tecnologia DSS está enquadrada no release 15 do 3GPP (entidade responsável por criar padrões para redes móveis baseada em GSM) e que não possui os principais benefícios do 5G, especialmente no formato Standalone, que não depende de uma infraestrutura 4G existente. O ministro reconhece que o 5G DSS “representa uma evolução à tecnologia de quarta geração”, mas que a quinta geração no Brasil deve estar baseada no release 16 ou superior do 3GPP, de forma a garantir os requisitos necessários para viabilizar aplicações confiáveis e de baixa latência, Internet das Coisas massiva e banda larga móvel avançada. No ofício, Faria defende que o 5G puro permitirá uma “melhoria substancial de qualidade dos serviços móveis” por permitir conexões mais velozes, com menor latência e maior densidade de dispositivos conectados.
Ministro pede remoção do ícone do 5G nos smartphones
O ministro diz que o usuário atual de telefonia celular “não tem acesso a essa qualidade proporcionada pela tecnologia 5G prevista no edital, mas tem sido surpreendido, na tela de seu telefone ou celular ou tablet, com a indicação de que está conectado a uma rede do tipo 5G”. Na carta, Faria pediu para que as operadoras considerem “reservar a expressão 5G para se referir exclusivamente a serviços enquadrados no padrão n° 16 do 3GPP”. Ele diz que a população é induzida a concluir que o 5G já foi implantado no Brasil, que não trouxe melhora significativa da qualidade de serviços móveis e torna “injustificado” o empenho do governo para a licitação de frequências. O ministro não considerou que a exibição do ícone de 5G nos smartphones não se trata de uma competência exclusiva das operadoras de celular: o ícone também é implementado pelas fabricantes de dispositivos móveis, que utilizam a nomenclatura como diferencial na venda de produtos. O Tecnoblog entrou em contato com a Conexis para saber qual o posicionamento da entidade que representa as principais operadoras, mas a entidade afirmou não ter recebeido o ofício do Ministério das Comunicações.
GSMA defende 5G DSS e afirma que padrão também é 5G
Enquanto o ministro diz que 5G DSS não é 5G, há quem defenda o contrário: a GSMA, associação global que reúne diversas operadoras e fornecedores de infraestrutura para telecomunicações, diz que a tecnologia de compartilhamento de espectro faz parte da quinta geração. A entidade ainda diz que o padrão DSS foi definido nas versões 15 e 16 do 3GPP, e pode ser considerado como o primeiro passo para implantação do 5G com frequências dedicadas. Em outros países o ícone de 5G é exibido mesmo quando o smartphone está conectado a uma rede DSS. Alguns aparelhos mostram um indicador diferente quando o dispositivo se encontra em uma área de cobertura com frequências milimétricas (mmWave).
Claro, TIM e Vivo utilizam 5G DSS no Brasil
O 5G DSS já é realidade no Brasil, mas apenas para quem tem um smartphone compatível e esteja na área de cobertura das operadoras.
A Claro é a empresa que mais veicula campanhas publicitárias enaltecendo o 5G. A cobertura de DSS da tele abrange em bairros de 14 cidades brasileiras.A Vivo também possui 5G DSS em regiões de oito capitais do Brasil. A operadora também diz que a tecnologia de compartilhamento de espectro não traz a mesma experiência do 5G com frequências dedicadas.A TIM também tem 5G DSS, mas não considera a tecnologia como “5G de verdade”. A empresa tem sinal com compartilhamento de espectro em regiões de oito municípios, com expansão recente para Santos e Campinas.
Apesar de ter sido vendida, a Oi Móvel também aposta no 5G, mas sem compartilhamento de espectro. A operadora ativou uma rede em Brasília com frequência dedicada de 2,1 GHz, e a cobertura atinge 80% da capital federal. Atualizado às 13h58