Então quer dizer que a empresa agora é extremamente lucrativa? Não muito: o Uber só ficou no azul porque vendeu suas operações em oito países do sudeste asiático, além de ter se fundido com a Yandex.Taxi, empresa de transporte privado na Rússia.
Sem esses acordos, que renderam ao Uber US$ 2,9 bilhões, a empresa ainda teria fechado no negativo, como aponta o Recode. O prejuízo seria de US$ 480 milhões, mas que ainda é bem inferior às perdas de US$ 1,1 bilhão no último trimestre de 2017 e ao prejuízo de US$ 800 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. Os números consideram juros, impostos e outros gastos fixos. A empresa está perdendo menos dinheiro principalmente porque está reduzindo seus gastos em subsídios aos motoristas, que estimulavam mais condutores a entrar no serviço, além de oferecer menos descontos aos usuários. O Uber consegue ser menos agressivo nesses bônus porque já existem 3 milhões de motoristas ativos ao redor do mundo, que geram US$ 11,3 bilhões em corridas. O maior gasto da empresa continua sendo com o pagamento de motoristas: no último trimestre, a receita a partir das corridas foi de US$ 10,8 bilhões, em que US$ 7,9 bilhões foram para os condutores. O Uber desembolsou mais US$ 413 milhões só em incentivos para os motoristas. Com os números melhorando, a empresa quer fazer uma oferta pública (IPO) na bolsa de valores americana no ano que vem. Por enquanto, o Uber está vendendo parte da companhia a três investidores, Coatue, Altimeter e TPG, que comprarão até US$ 600 milhões em ações do Uber, levando o valor da empresa a US$ 62 bilhões. Quando o conglomerado japonês SoftBank comprou 20% do Uber, ela foi avaliada em US$ 48 bilhões. Com informações: Quartz, The New York Times.